Os riscos do DNA residual em biofármacos – Saiba como atender as regulamentações

 

Você usa ou conhece alguém que utiliza insulina? Pois saiba que ela foi o primeiro medicamento biológico a ser desenvolvido e esta tecnologia não é de hoje. Desde 1978 os medicamentos biológicos são usados em benefício da saúde com uma miríade de proteínas, como anticorpos monoclonais, citocinas, hormônios, fatores recombinantes de coagulação sanguínea, enzimas, vacinas, proteínas de fusão e imunoconjugados.

 

Os biofármacos são medicamentos obtidos a partir da utilização de células geneticamente modificadas para a produção de proteínas terapêuticas. Consequentemente, resquícios destas células produtoras, como proteínas, RNAs e DNAs podem contaminar o produto final.

 

Ainda não há uma diretriz clara para níveis seguros destes elementos na RDC nº 55 de 16 de Dezembro de 2010, publicada pela ANVISA (aplicável a vacinas, soros, hemoderivados, biomedicamentos, anticorpos monoclonais e medicamentos com mecanismos vivos/atenuados/mortos). Considerando que é uma diretriz relativamente nova, ainda há espaço para adequação de níveis seguros, muito provavelmente espelhando-se em órgãos internacionais, como FDA e OMS.

 

A OMS, por exemplo, se preocupa com o processo produtivo e a pureza de biofármacos desde 1987, começando as publicações acerca do cultivo celular nestes processos. Estes órgãos com visibilidade internacional já se atentam aos níveis seguros destas substâncias, e o resultado desses esforços é que hoje já existe um limite máximo estabelecido: 10ng de DNA residual da célula hospedeira por dose. A FDA é ainda mais rigorosa, traçando um limite máximo de 100 pg por dose, além de estabelecer reportes de micoplasma.

 

Desta forma, já é realidade no controle de qualidade de biofármacos a preocupação em detectar e quantificar contaminantes microbiológicos e componentes inerentes da própria célula hospedeira, como DNA e proteínas. Sabendo que o risco potencial do DNA se dá pelas suas próprias atividades biológicas, levando em consideração a infecciosidade – devida a possível presença de um genoma viral infeccioso no DNA da célula hospedeira, oncogenicidade - capacidade de induzir uma célula normal a se tornar tumorigênica e até imunogenicidade – capacidade de desenvolver uma resposta imunológica pelo organismo que recebe o medicamento.

 

A técnica da PCR em Tempo Real tem sido usada para determinar níveis de DNA residual total, bem como a distribuição de pequenos fragmentos de molécula no produto. Em algumas situações, as concentrações de DNA, as condições da matriz e as substâncias inibitórias presentes na amostra são fatores que desafiam a capacidade de detecção da qPCR. Além disso, processos adicionais de purificação e extração requerem investimento de tempo e de recursos financeiros extras para chegar ao resultado da análise, que pode ter sua acuracidade comprometida devido a somatória de todas essas variáveis. Se considerarmos ainda a quantificação, é necessária a construção de uma curva-padrão que, apesar de amplamente utilizada, oferece valores relativos.

 

Diversas outras técnicas têm sido desenvolvidas nos últimos anos para mitigar estas limitações. Tecnologias de ponta já tem sido utilizadas no controle de qualidade de medicamentos, como sequenciamento e a ddPCR, que é a última geração da PCR em Tempo Real.

 

A PCR Digital em Gotas (ddPCR), tecnologia desenvolvida pela Bio-Rad, proporciona um método altamente sensível e direto para quantificação de DNA residual, garantindo aderência aos requisitos da FDA. A natureza robusta da ddPCR permite a quantificação do DNA sem etapa de purificação e com tolerância a inibidores, o que torna possível análise de amostras em processamento com baixo pH e altas concentrações de sal, por exemplo.

 

Os kits para detecção de DNA residual de E.coli e CHO seguem a mesma premissa. Vêm pronto para o uso e sem necessidade de curva-padrão. Isto é possível pela contagem de gotas positivas ou negativas para a presença do DNA-alvo, com um limite de detecção 6.000x mais sensível que o preconizado pela FDA.

 

Com um amplo portfólio de soluções analíticas para Indústrias, Instituições de Pesquisa Científica e Diagnóstico Clínico, a Bio-Rad possui mais de 60 anos de serviços prestados a esses segmentos. Trabalhamos para trazer o que há de mais sofisticado em tecnologia em forma de soluções viáveis para os processos produtivos e programas de controle de qualidade, reduzindo tempo de análises e otimizando o desenvolvimento de novas terapêuticas

 

 

 

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Referências

https://bionovis.com.br/ped/sobre-biofarmacos/

 

http://www.revista.oswaldocruz.br/Content/pdf/Edicao_19_Veridiana_Oliveira.pdf

 

https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/599-de-olho-no-futuro-dos-biofarmacos

 

https://www.labnetwork.com.br/especiais/medicamentos-biossimilares-e-seu-processo-produtivo/

 

https://www.who.int/biologicals/expert_committee/TRS_978_61st_report.pdf

 

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